quarta-feira, 17 de junho de 2009

Por um novo paradigma: o da advocacia cor-de-rosa

Volta e meia me pego pensando em como o mundo, hoje, seria sem a inserção feminina no mercado de trabalho. A ótica da profissional feminina é mais detalhada, mais suave e leve do que a masculina. É irrefutável que na área em que atuo, a área do Direito, é historicamente dominada pelos homens. Atualmente, entretanto, a advocacia está sendo conquistada pelas mulheres. E que avanço temos conquistado! No aspecto qualitativo, NÓS, as mulheres advogadas e bacharéis em Direito já ocupamos a maioria nos cargos de direção de departamentos jurídicos no Brasil. No aspecto quantitativo estamos conquistando, também, cada vez mais cadeiras nas faculdades de direito e no cenário profissional, atuando nas diversas careiras jurídicas, como a magistratura e a advocacia.

O perspicaz olhar feminino é cada vez mais valorizado pelo mundo jurídico corporativo. Mulheres bem sucedidas em suas carreiras são cada vez mais comuns no mercado de trabalho. Como advogada confesso que me sinto privilegiada em receber elogios de meus clientes, que confessam depositar mais confiança na advocacia exercida por mulheres do que na exercida por homens. Não se trata de uma competição de gênero pela qual me sinto “vingada”. Em que pese a existência de diversos estudos antropológicos sobre o tema, não é meu intuito abordar o assunto sob um prisma tão denso, aqui nesse espaço. Fico feliz com o fato de que a sociedade tem prestigiado o trabalho das advogadas e das demais profissionais da minha área.

Torço, do fundo do coração, para que rompamos, a cada dia, com os grilhões que ainda nos aprisionam a paradigmas obsoletos: concepções formatadas no sentido de desvalorizar o trabalho feminino infelizmente ainda são encontradas no dia-dia forense. Torço para que as mulheres (do Direito, ou não) se qualifiquem mais e mais e sejam bem sucedidas em suas áreas de atuação. Torço para que a advocacia seja despida de discursos proselitistas fugazes e esmaiecidos. Torço e ajo no sentido de tornar a Advocacia, o Direito e a Justiça mais cor-de-rosa, sob a hégide de uma nova hermenêutica institucional, que valorize o “ser” em detrimento do “ter”, independentemente do gênero dos operadores forenses.

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